segunda-feira, 7 de julho de 2008

a falta aumenta na ausência da palavra
e eu sou um ser impregnado de precisanças e porques intermináveis (incontáveis)
sei criar assim, no des-espero dessas noites sem palavras
(logo hoje que eu amarrei a lua com barbante pra ela não fugir da minha janela - só pra eu poder contar pra você)
era um dia sete, e era uma lua nova
fiapinho de lua como tá hoje
sou um ser impregnado de ausências
repleto de precisanças
urgente de palavras
urgente de diminuir a distância e a incerteza
(naufrago na certeza, é onde perco a dimensão de até onde sou - ou onde vou)
não caibo em minhas faltas constantes
é a dor da falta criativa
(eu não nasci das felicidades, eu me embriago com o vento pra fingir minha liberdade)
tenho dificuldade de estrelas e de infinito
(é disso que vem minha claustrofobia)
mas antes tenho medo de sentir (medo)
é um medo que antecede o medo

sigo sendo feita de nadas
e continuo a escrita em letras curtas diminuindo a cada vez
(já não me importo com as regras)
o vento foi pras bandas do sertão
palavras me fugiram essa noite (por isso prendi algumas nesse papel vertical)
minha embriguez fugiu de mim (até o fim do mês)
palavra alucinada em noites de lua (ou sem lua)
quando volta?

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