Sinto cada vez mais falta. Ando me sentindo sozinha. É essa solidão de amigos, de irmãos, de mãe e pai, de amores.
Penso no chegar e no abraço forte.
Penso em deitar ao lado de Emeli e ficar ali.
Penso em dar vários beijos fortes...
Penso na falta que é minha e que talvez não seja dele.
Penso em mãe e em mais saudade...
Penso em arqueologia e vem mais saudade. Das pessoa, dos artefatos, da terra.
Onde tem mais de mim? Penso nas fotos e nas palavras.
Me perco de novo.
Me perco em tornar o novo cotidiano e já não diferencio tristeza, cotidiano, solidão, satisfação, emoção.
Tudo se misturadas em misturadas - e separadas - realidades. E a minha no meio - mas tão parcial a uma delas. Eu sei que é por ser filha de quem sou!
(Comunidade Quilombola de Marques, 20 de fevereiro de 2008, divagações em um caderno vermelho, que não é de campo, só vai pra campo - praticamente um caderno etnógrafo - última narrativa épica)